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CP: Milho mais barato alivia setores de suínos e aves

O preço do milho apresentou queda em março, após o movimento de alta percebido nos últimos meses. O indicador Esalq/BM&FBovespa aponta que a saca de 60 quilos teve variação negativa de 4,37% nos últimos 30 dias, passando de R$ 97,20 para R$ 93,09. No Rio Grande do Sul, porém, há relatos de uma queda ainda maior. O cenário favorece o segmento de aves e suínos, que utiliza o grão como base da alimentação animal e estava preocupado com o recente aumento de custos.

O presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, relata que o preço do milho caiu “drasticamente” nas últimas duas semanas. Segundo ele, alguns negócios têm sido fechados até por R$ 83,00 a saca. Na avaliação do dirigente, trata-se de uma boa notícia para o setor, mas em médio prazo, já que a grande maioria dos suinocultores ainda conta com um certo estoque. A diferença deve começar a ser percebida dentro de dois meses. “Desde o dia em que ele nasce até chegar ao frigorífico, o suíno demora seis meses para ficar pronto, então tem toda a ração que ele consome neste período”, calcula o dirigente.

Confirmando-se a tendência positiva para a safrinha de milho do Centro-Oeste e para a safra dos Estados Unidos, Folador acredita que os preços devem se manter no atual patamar. Por outro lado, ele lamenta o fato de que a queda na taxa de câmbio piorou a situação da suinocultura na exportação.

O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, observa que a desvalorização do cereal foi influenciada pelo câmbio, mas também pela entrada da soja no mercado, o que faz com que sejam liberados os estoques de milho. “Está havendo uma oferta maior no mercado”, resume. Ao mesmo tempo, ele ressalta o déficit de cerca de 3,5 milhões de toneladas de milho que precisam ser buscadas a cada ano fora do Estado.

Santos não acredita em um movimento contundente de queda nos preços, mas, sim, em “um ponto de equilíbrio por um determinado período”. Segundo ele, o produtor que tem condições de estocar o cereal deve fazer aquisições neste momento. A Asgav também reivindica que o ‘Estado seja atendido com investimentos na malha ferroviária, o que baratearia o custo do frete para comprar milho de fora.